A partir da perspectiva sociocultural e da crítica feminista, este trabalho evidencia que a teologia histórica, a ciência moderna e outras narrativas sobre a modernidade tiveram em comum a perspectiva androcêntrica do conhecimento. Sob a inspiração da obra de Rita Felski, The Gender of Modernity, construímos uma analogia entre o pensamento teológico e os relatos da modernidade, mostrando como o conhecimento masculino produziu representações simbólicas que trouxeram impactos na organização social e eclesial. É um pensamento com poder performativo, que universalizou e institucionalizou estruturas hierárquicas e androcêntricas; invisibilizou as experiências femininas na condução dos processos históricos; produziu e legitimou a desigualdade de gênero e a posição subalterna das mulheres, no interior das instituições socioeclesiais.
Furlin, N. (2015). O gênero da modernidade e o gênero da teologia: impactos socioculturais do pensamento masculino. Revista Punto Género, (4), Pág. 55–82. https://doi.org/10.5354/2735-7473.2014.36409