O objetivo deste artigo é provocar uma desnaturalização/desconstrução do próprio conceito de masculinidade, evidenciando seu caráter colonial, hegemônico e ideológico. Refletimos, pois, sobre a pergunta retórica: o que é masculinidade? A partir disso, iniciamos o trabalho de nomear as tecnologias de gênero coloniais que permeiam o campo das masculinidades, na medida em que expomos um projeto de aniquilamento das Pluriperspectivas masculinas. Com isso, buscamos enfatizar a importância de os estudos das masculinidades estar caminhando junto às Pluriperspectivas de existência, abrindo caminho para o florescimento das plurimasculinidades como alternativa no rompimento com a perspectiva ideológica hegemônica e colonial inserida no campo das masculinidades. Buscamos evidenciar, pois, as violências institucionalizadas pela colonização através da monocultura da masculinidade, caracterizando seu funcionamento enquanto tecnologia de gênero colonial. Ao evidenciarmos que a sociedade brasileira funciona por uma perspectiva masculinista, estamos explicitando também que as relações ideológicas de poder que acontecem nessa sociedade são baseadas no gênero colonial.
Ziderich do Amaral, F. (2025). Masculinidades: limites, alcances e rotas coloniais. Revista Punto Género, (22), pp. 287–320. https://doi.org/10.5354/2735-7473.2024.77300